Em sua estreia, Ana Raio marcou 6 pontos de média, e picos de 7. Apesar de ser um número baixo, até que foi bem recebido. Ficou em terceiro lugar, vencendo a Band durante todo o tempo, e a Record por alguns minutos. Ou mantém o ibope, ou sobe um pouco, ou cai de vez. Ou vira um fenômeno, afinal o mundo está acabando e eu não duvido mais de nada. Quero ver Ana Raio e Zé Trovão revolucionando o horário nobre do SBT.
A protagonista Ingra Liberato e o autor Marcos Caruso se mostraram contentes com a iniciativa do SBT de resgatar a trama. Acho que é a primeira vez que as pessoas envolvidas no folhetim não vieram com sete pedras. É uma pena, porque se tacassem as pedras, dessa vez Silvio Santos ia ter com o que se defender. Ou melhor; ia ter com o que fugir. O tal cavalo da novela corre feito o vento.
A próxima cartada do SBT bem que poderia ser Brida. Foi a última novela produzida pela Manchete, e que teve que ser encerrada praticamente no meio, em decorrência da crise que levaria a emissora à falência. No último capítulo, um narrador ficou encarregado de explicar os finais dos personagens. Quem assistisse hoje, não acreditaria que a novela não foi feita no SBT.
E não precisamos esperar Ana Raio dar certo para torcermos pela volta de Brida, com todos os seus altos e baixos interrompidos. Basta plantar a ideia na cabeça de Silvio Santos que, mais cedo ou mais tarde, a Brida também estará sendo anunciada, "depois da novela da Globo".
Apesar da péssima imagem, Ana Raio e Zé Trovão não é uma novela ruim. Traz todo o encanto e nostalgia intrínsecos às obras da Rede Manchete, que permanece na lembrança da maioria dos brasileiros. Foi a única emissora, em sua época, a fabricar novelas com fôlego para ameaçar a Globo, seguindo seu próprio padrão de qualidade (e sem copiar a concorrente, como se faz hoje). Trazer o folhetim de volta pode não ter sido a atitude mais sadia que o SBT poderia tomar, e as consequências para a grade foram catastróficas... Mas pode ser que valha a pena para alguns.
Nenhum comentário:
Postar um comentário